Uma história mais ou menos parecida' é voltada para o público infantil.
História é da escritora mineira Márcia Paschoalin.
Ilustradora da PB busca apoio para publicar livro que aborda racismo
A ilustradora paraibana Juliana Fiorese se envolveu em um projeto literário especial: 'Uma história mais ou menos diferente', da escritora mineira Márcia Paschoalin, conta a história de uma princesa negra. O livro vem sendo produzido desde junho e é a terceira publicação infantil de Juliana, que se formou em arquitetura e design gráfico em João Pessoa.A temática do livro é voltada para o preconceito racial entre as crianças através de uma releitura do clássico Branca de Neve e os 7 anões. A narrativa é totalmente adaptada à proposta do combate ao preconceito e insere a heroína, a princesa Pérola Negra, em aventuras inusitadas.
Juliana conta que estava à procura de parcerias e que tinha enviado seu portfólio para editores e escritores quando Márcia Paschoalin se interessou pelo seu trabalho. A autora apresentou quatro histórias diferentes para Juliana, que escolheu exatamente a de Pérola Negra porque acredita que a mensagem da trama é de extrema importância para as crianças.
"Com este projeto, nos preocupamos com o lado psicológico da literatura, pois as crianças se identificam com os personagens, principalmente as meninas, que querem ser as princesinhas lindas, maravilhosas, brancas, louras e de olhos azuis. Como é que fica a cabecinha da garotinha negra que não vê nenhuma princesa parecida com ela?", questiona Juliana.
"E pior, os personagens negros ocupam, na maioria das vezes, papéis de pessoas subalternas, ou seja, no inconsciente desta criança ficará a mensagem de que ela é inferior em relação às crianças brancas", observa.
Todos os aspectos da produção de 'Uma história mais ou menos parecida' foram combinados de forma virtual. As reuniões entre a autora, a ilustradora e o projetista gráfico, o designer Vinícius Meira, foram realizadas pela internet. Eles dividiram as tarefas e organizaram a estratégia para a impressão e divulgação do livro. A princípio, será necessário um investimento de R$ 9.500, que devem ser arrecadados junto ao público.
A campanha de arrecadação pensada por Márcia, Juliana e Vinícius inclui recompensas para os apoiadores: são sete modalidades de prêmios que o público pode receber se contribuir com o projeto. As contribuições vão desde R$ 10 e nome nos agradecimentos do livro, mais recebimento de uma versão digital, até R$ 700 e, além do nome nos agradecimentos, o recebimento de 20 exemplares da obra.
A contribuição pode ser feita através de um site e podem ser realizadas até o dia 13 de setembro. A tiragem inicial será de mil exemplares e o valor arrecadado pagará também a produção de todas as premiações dos colaboradores mais a comissão do site de arrecadação.
Juliana nasceu na Inglaterra mas veio morar na Paraíba ainda bebê. Ela decidiu trabalhar com o que sempre a encantou, a ilustração infantil, porque acredita que "a leitura forma cidadãos melhores, mais esclarecidos e capazes de tomar decisões corretas".
"E se tornarmos a leitura um hábito, estaremos criando uma sociedade melhor. Por isso, acredito que este hábito deve ser introduzido nas nossas vidas desde a infância. De certa forma, gosto de contribuir um pouco com essa cultura da leitura. Além disso, o traço que eu acabei desenvolvendo nas minhas ilustrações é muito infantil. Então, juntei essa minha paixão por ilustração com a literatura", explicou Juliana.
Os outros títulos ilustrados por ela são 'Azur e Asmar', publicado por uma editora de João Pessoa, e 'A princesa e os sapos', da escritora Celina Portocarrero, a cargo de uma editora carioca.
Fonte: G1
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