segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Para o homem entender a perspectiva feminista





O debate sobre a opressão das mulheres deve ser visto da perspectiva feminina, um homem, por mais que ele seja solidário, ele não entendera por completo a questão do feminismo. E ainda faço outro recorte, o Feminismo Classista com recorte racial.

Há um processo crescente de violência contra as mulheres, o que não pode ser ignorado. Só no ano passado foram 52 mil casos de estupro em todo Brasil. Reflexo da banalização do sexo e a exposição da mulher como simples objeto de desejo promovido pela mídia, além da construção de um pensamento que "naturaliza" os atos de violência contra mulher, o que faz justiça ao debate do feminismo.

Muitos homens acham exagero quando as feministas apontam que uma cantada pode ser uma violência, mas esquecem que dependo do tom, da intenção, do dito e do não dito, isso pode já ser ou resultar em um ato de agressão.

Só para exemplificar, por que as mulheres sempre vão ao banheiro juntas quando estão nas baladas? Pouca gente para para pensar sobre. Na verdade a resposta a isso é um ato de defesa coletiva, pois quando as mulheres estão nas festas, alguns homens acreditam que o sinal está "aberto" a todos, e sempre tem os olhares invasivos, as piadas sem graça, o avanço do sinal. Não é de hoje que diversas violências acontecem por uma cantada rejeitada, ou estou falando de uma coisa que não acontece?!?

Outra reflexão é sobre a disparidade salarial, as mulheres em geral recebem cerca de 20% a menos que os homens, e se for negra o percentual pode chegar aos 25%. Dados oficiais apontam essa agressão de gênero direcionada a fatores econômicos.

Fato assustador é quando a mulher tenta ser “dona do seu corpo” ou fazendo o que bem entende. A postura primeira é a de discriminação, tipo, "isso é roupa de vádia", "mulher descente não se veste assim", ou como dizem muitos trogloditas "Depois que é estuprada não sabe por que foi!"
Essas posturas misóginas e machistas tenta justificar à violência e  criminalizando a vítima com esse machismo cotidiano. Só para polemizar e levantar algumas questões, pensemos em um exemplo prático. Quando homens recebem a cantada de um homossexual são os primeiros a reclamar e agredir o individuo, pois não aceitam quando são tratados como mercadoria de desejo como fazem com as mulheres!

P.S: Sou hetero, casado e compreendo dentro dos meus limites a situação de opressão de mulheres e homossexuais. Não sou perfeito, mas procuro sempre melhorar!


Negras ganham 51% do salário das brancas na cidade de São Paulo - http://noticias.uol.com.br/empregos/ultnot/2008/05/13/ult880u6790.jhtm




Antonio Alves (Morgação) – jornalista, membro da Associação Metropolitana de Hip Hop, do Coletivo Feminista Flores Crew e do Coletivo Negro Minervino de Oliveira.

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